2.Os microcontos também chamados microficções ou micronarrativas, entre várias outras designações. Estas narrativas breves e hiper-breves constituem uma parte relevante do universo das narrativas urbanas e situam-se na intersecção do conto, da literatura, da cultura mediática e do folclore urbano. Reativados pela generalização dos novos media e de novos suportes físicos para a escrita, os microcontos apresentam uma forma concisa, elíptica, compacta e intensa e constituem uma parte importante da literatura digital. Exercícios de reescrita, os microcontos reciclam estereótipos, parodiam textos literários e não literários, reconfiguram quadros de referência, operam deslocamentos transficcionais, acumulam-se em séries, adaptam-se a suportes, media e artes diferentes, incluindo as artes performativas.
O colóquio aproxima estas duas modalidades contemporâneas do conto a fim de identificar e analisar conexões e afinidades entre elas, tendo em conta a fluidez e o hibridismo dos regimes e das estratégias de comunicação e de performatividade que entram em jogo quer nos contos em performance, quer nos microcontos.
As propostas de comunicação devem ser enviadasa té 15 de maio. a:
Cristina Alvares (calvares@ilch.uminho.pt)
Género ancestral, o conto tem exercido ao longo dos tempos a função social de transmitir a memória cultural, reinventando-se e readaptando-se continuamente a novas condições sociais, tecnológicas e ideológicas, nomeadamente as das sociedades pósmodernas.Neste colóquio refletimos sobre duas mutações contemporâneas do conto: 1.O conto em performance. Assiste-se hoje a uma revitalização do gosto pela narração oral e ao reaparecimento do conto em contextos e práticas sociais associados às indústrias culturais e de entretenimento. O conto tem vindo nas últimas décadas a ocupar espaços e funções no âmbito das múltiplas sociabilidades urbanas, da estética do quotidiano e da globalização, sofrendo com isso um processo de redefinição. O ressurgimento do contador de histórias, em salas de espetáculos, prisões, hospitais, escolas, bibliotecas, etc. – veio recriar, de algum modo, o ritual ancestral dos contos. Esta redescoberta contemporânea da arte de contar implica a recuperação e transformação dos repertórios tradicionais do conto e novas estratégias artísticas da parte dos contadores, para responder às expectativas de públicos e contextos diferenciados, em que a arte de narrar se profissionalizou, constituindo hoje uma prática social e artística com relevância crescente nas nossas cidades urbanas e cosmopolitas.Plazo para el envío de contribuciones hasta el 31 de mayo de 2013